O Reviva foi o primeiro zine de Correntina. Isso mesmo: Correntina, um ponto de civilização no meio do cerrado do oeste baiano. Uma pequena cidade do interior cheia de contrastes, de beleza e tranquilidade cativantes, mas com uma mesmice absurda de se espantar qualquer um que busque por alternativas artísticas e culturais. Para combater toda essa apatia e indiferença é que surgiu o Reviva, visando difundir as boas iniciativas e ideias que ultrapassassem o senso comum.
Conforme citado no editorial do número um, a proposta era juntar pessoas com vontade de escrever, fugir do marasmo e divulgar o que rolava de alternativo na região. Diferentes opiniões e pontos de vista não tinham barreira no Reviva, e uma pluralidade enorme de materias puderam ser compiladas nas páginas preto-e-branco: entrevistas, resenhas, poemas, críticas, anúncios de eventos e desabafos.
A própria estética e diagramação do zine chamavam a atenção. Cada página tinha um visual único composto por colagens, desenhos e recortes individuais, trabalhados à mão. Em seguida, as folhas eram encadernadas e fotocopiadas, resultando nos inconfundíveis exemplares em escala de cinza. Além do tempo de redação, a produção de um novo número levava semanas de arte, diagramação, cópia e dobraduras.
O zine teve quatro edições, lançadas entre 2008 e 2010, e contou com a participação de colaboradores de Correntina, Santa Maria da Vitória, Barreiras e até de Brasília. Essa rede de amigos foi responsável pelos textos, custeio e também pela distribuição dos exemplares. Graças à ajuda voluntária de nossos amigos o Reviva pôde ser lido em diversos cantos do Brasil, chegando a mãos improváveis em feiras, festivais e até via compartilhamento por carta e scans.
Passado-se tantos anos, agora os textos do Reviva tornam-se públicos novamente em páginas web. Neste site é possível acessar os conteúdos das quatro edições do zine, graças a um trabalho de recuperação, formatação e design que ainda está em andamento. É certo que a experiência de ler um exemplar físico do zine nunca será perfeitamente reproduzida num meio digital, porém a presença do Reviva na web mantém a alma do projeto viva e acessível a quem se interessar.
Apesar de Correntina ainda ser tão parecida com aquela descrita nos textos do Reviva, estes materias são testemunho de que alternativas existem, mesmo num lindo mar de mesmice. Que o zine Reviva continue a inspirar e que o legado dos seus autores faça surgir outras iniciativas semelhantes na nossa região. REVIVA!